terça-feira, fevereiro 28, 2006

Mas afinal,
que raio de alma és tu?!

És hoje
aquilo que ainda não sabes
que virás a ser.

Diamante em bruto,
segue em frente o teu caminho
que desbravas sem pudor.

Não desistas! Não consintas que cortem cerce
Essa vontade
De ter

Conhecimento
Amor
Vida e dor

São faces, meu querido, fases...
Não!
Não fazes mais, porque não podes fazer.

E, no entanto
Só dependes
Da exacta medida
Do teu Querer!

[texto dedicado por uma colega e amiga, 14/o6/o5]

domingo, fevereiro 12, 2006

Palavra

Quis a força do sentir e do pensar
Que as Palavras fossem armas de arremesso
E a fraqueza de uma nota consonante
Se tornasse numa outra dissonante
Mais concertante [talvez errante?]


Foi a Palavra canção, com sons saídos do nada
E foi apenas poema, à espera de ser cantada.
Foi traço de luz e cor [sem chegar a ser pintada!]
Foi o perfil do amor, soluço na madrugada.


Perdeu então a leveza, de ser tão pronunciada.
Sentiu seu peso no corpo, Palavra dura e cansada
E de tanto ser pensada, tornou-se chama apagada
Repetida bem no fundo sem nunca ser libertada.


E bem no fundo do Ser, apenas um pensamento
Se nos depara cá dentro sem ser machado que corta,
Mas a charrua que lavra.
P’ra que a vida nos revele a cada instante e nos faça perceber
O sentido da palavra

Palavra.