segunda-feira, abril 10, 2006












Um destes dias acordei mais tarde...

Era já hora de almoço, e saí para a cidade com outro olhar.
Com olhos de quem vê para lá dos olhos dos que passam.

Fui andando devagar, sem ligar ao tic-tac dos relógios, que nos tolhe o espírito e nos deixa cegos. Caminhei, saboreando pormenores deliciosos, daqueles que ignoramos, carregados com o peso da rotina...

Afinal, a rapariga do café sabe sorrir...

O Mondego ainda brilha... basta ter olhos brilhantes...

No riso das crianças vi esperança...

Descobri um ninho, e esqueci-me do tempo, a ouvir o melro...

Nesse dia, não estive perdido, não me senti pequeno... tinha o meu tamanho, porque os olhos estavam limpos.

E, afinal, basta sorrir. Olhar. Sentir.