Um destes dias acordei mais tarde...
Era já hora de almoço, e saí para a cidade com outro olhar.
Com olhos de quem vê para lá dos olhos dos que passam.
Fui andando devagar, sem ligar ao tic-tac dos relógios, que nos tolhe o espírito e nos deixa cegos. Caminhei, saboreando pormenores deliciosos, daqueles que ignoramos, carregados com o peso da rotina...
Afinal, a rapariga do café sabe sorrir...
O Mondego ainda brilha... basta ter olhos brilhantes...
No riso das crianças vi esperança...
Descobri um ninho, e esqueci-me do tempo, a ouvir o melro...
Nesse dia, não estive perdido, não me senti pequeno... tinha o meu tamanho, porque os olhos estavam limpos.
E, afinal, basta sorrir. Olhar. Sentir.